DESISTIR É DAR RAZÃO AO CAMINHO MAIS LONGO PARA A FELICIDADE. (sf)

17/07/2010

pufff...(continuação)

Tenho muitos motivos que me ocupam... (terminámos aqui o texto anterior).
Quando se vive sózinho e se padece de uma doença (por favor não me façam de coitadinho), deste tipo (Bipolar), apesar de não ter cura, deixem-me que vos diga desta maneira, a única cura, é não lhe darmos demasiado valor e convencer-mo-nos que se ela mexe connosco, também, de nós não se livra, terá a nossa resistência.
Quando digo que tenho muitos motivos que me ocupam, um deles, por exemplo, é dedicar-me às palavras e escrever. Ahh...não gostam de escrever? Mas não acredito que não tenham outros prazeres. Eu, também gosto muito de cozinhar e tenho de cozinhar, afinal, vivo sózinho e o dinheiro, não me possibilita comer fora todos os dias. Aborrece-vos cozinhar? e ler um bom livro, também não? Ver um bom filme, ou em casa, ou ir ao cinema? Ok...não têm pachorra para estar tanto tempo agarrados à televisão, ou não vos apetece aperaltar para irem a um cinema. Bem, vão-se esgotando os motivos que nos façam estar ocupados. Que tal ouvirem uma boa musiquinha e relaxarem no sofá? pronto... barulhos. Costumo dizer que "desistir é dar razão ao caminho mais longo para sermos felizes". Conhecem alguém que, cada um à sua maneira, não queira ser feliz? Sei... Aqueles que se convencem que a vida, nada mais lhes pode oferecer senão, o serem doentes e viverem sózinhos, certo? ERRADO.
Meus caros (Bipolares),
Não posso negar que, não sendo os dias todos iguais, não tenha momentos em que penso que estou sózinho e, coincidência...
Hoje estive acompanhado do meu filho, veio dormir comigo esta noite. Hummm, que alegria, estar com ele (tem 12 anos), sentir o seu cheirinho, ver a sua cara, o seu corpo. Olhar para ele e tentar aperceber-me, se ele já está mais crescido, preparar-lhe o almoço que ele gosta, ouvi-lo a contar anedotas que ouviu na escola. Enfim, partilhar com ele conversas de fazer rir e, também, conversas sérias, daquelas de pai para filho. Mas onde está, afinal, a tal coincidência de que falo?
A mãe veio buscá-lo a meio da tarde e, mal fechei a porta, logo senti um vazio, não só em casa, mas principalmente, dentro de mim. Ok, isso é muito triste, mas e a tal coincidência?
A tal coincidência, é que há momentos em que, afinal, também eu me sinto sózinho, eu que digo que não me sinto só, venho, agora, dizer que me sinto sózinho? Há momentos e, como disse, os dias nunca são iguais, então?
Meus caros (Bipolares),
Tive de arranjar um motivo para estar ocupado e estabilizar esse sentimento, ele está visível... Optei por estar a escrever e partilhar convosco, um momento mau, para mim. É a tal resistência.
(Continua)