DESISTIR É DAR RAZÃO AO CAMINHO MAIS LONGO PARA A FELICIDADE. (sf)

28/12/2010

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07/12/2010

pois foi... "caí"

Apetecia-me tanto escrever e actualizar este blogue. Poder dizer que tudo o que é relatado no anterior, já passou e estou como se nada tivesse acontecido. Que estou melhor, como novo e que tudo o que sentia... sentia, mas já não sinto. Não é tão fácil como isso.
Sou Bipolar e sei, permitam-me a expressão "superiormente", quais os sinais, os síntomas, que caracterizam e perturbam quem sofre desta doença e quem com ele(a) convive. Até aqui tudo bem e até dá a entender que a doença, assim sendo, não me dá razões para sofrer, ter crises, tão faladas, relatadas, confirmando o horror que é, quando se passa por elas. Repito... Não é tão fácil como isso.
Infelizmente, a Bipolaridade está em constante efervescência na nossa mente e de tão "amiga" que é, vai dando sinais com uma suavidade tal, que aos poucos e sem darmos por isso, melhor dizendo, pensando nós estar longe de preocupação, por enquanto, acabamos por permitir que ela nos conduza a um estado negro e já, por vezes, incontrolável. Motivo???
Resposta; Atitude!!!
Convençam-se que à mínima contrariedade que cada dia que nasce nos possa "oferecer", é o "doce" que alimenta a nossa fragilidade. Ela desperta de imediato a nossa doença e os síntomas, muito despercebidamente, se vão acumulando e... traem-nos.
Caros Bipolares,
Contra mim falo, mas por muito que se possa saber sobre a doença, como digo que sei e... caí, temos de admitir e reconhecer o mais pequeno síntoma, mesmo sendo "ténue". Dar-lhe importância... mas muito mais, à nossa "Atitude" preventiva, e ao nosso médico.
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"Saber" dar ouvidos a quem nos "chama à atenção" dizendo que estamos estranhos, seja ele quem quer que seja, basta conhecer-nos e saber que somos Bipolares, chama-se... "Alerta".
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P.S. Afinal, acabei por "me distrair"... escrevendo.
Contrariem as contrariedades... querendo somos capazes, a bem. "Atitude"...
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13/11/2010

acreditam agora???

Se não acreditam, será porque continuam não querer reconhecer que somos doentes, Bipolares, e estamos limitados com a nossa fragilidade.
Não há ninguém que não atravesse fases de vida, dias bons e outros menos bons, mas no nosso caso, Bipolares, temos de reforçar a nossa atenção nos "porquês" e não no "deixar andar" e sofrer as terríveis consequências.
Esta é uma pequena introdução para o que se segue, que não é mais do que, expressar a fase menos boa que atravesso e quero partilhar.
Falando do tempo, das Estações do Ano, as opiniões divergem. Uns, acreditam que as estações do Ano têm influência no nosso organismo, na nossa maneira de estar, outros mantêm que o tempo não tem nada a ver com o estado, bom ou menos bom, em que nos encontramos, que é apenas uma desculpa. Na verdade, as Estações do Ano, e principalmente, a fase de transição de uma para outra, mexe... mexe efectivamente connosco.
Nesta momento ando a braços com uma fase depressiva, que me desgasta no combate que travo com a mesma. São vários os estados como sejam, a falta de sociabilidade e a preferência pelo isolamento, a irritabilidade provocada, por exemplo, pelo barulho dos carros, pelas conversas das pessoas, a sensação de que tudo que faço corre mal, nada sai certo, a perda de vontade em fazer o que gosto, profissionalmente ou não, é a preferência na apatia e a escolha, por exemplo, de ouvir música mais no estilo de baladas, a aptência para ver filmes mais dramáticos, falta de interesse em estar actualizado com as notícias da Sociedade, do País e do Mundo, passeios que se fazem sem demonstrar interesse e observar prazeres, privilegiando os pensamentos destrutivos, negativos, é o caminhar com tendência a manter a cabeça sempre virada para o chão, o cansaço físico sem razão que o justifique, o desejo de passar a maior parte do dia, deitado, sem que nada nos obrigue a levantar, pelo menos, para almoçar, lanchar, jantar (esta não alimento), etc. Ficam por dizer outras posturas porque, todos somos diferentes, mas...
É, sem dúvida, o estado Depressivo.
Pois bem...
É aqui que temos de usar a nossa capacidade, de saber e, compreender, o que é "Uma Fase". Aquela que não somos nós, e o que nos está a consumir desta maneira. Para nós, Bipolares, não há desculpa para a ignorância. Aquilo que sabemos sobre a doença, o que ela nos pode causar, é suficiente para, querendo, ultrapassarmos.
Não nego que é uma dor, mental, muito grande. Eu, que tenho um outro blogue onde me dedico à poesia e a contos, vejo-me, neste momento, sem inspiração para o enriquecer, e pior ainda, com falta de força, mental, para interpretar e comentar os blogues dos Amigos que me visitam. Não é, para mim, uma atitude bonita, ser visitado e comentado, sem retribuir. Contudo, mesmo visitando um blogue Amigo, prefiro não comentar do que dizer, por exemplo, "Bonito o que escreves". Só aceito comentar o que leio, com a mente em liberdade e o pulsar do coração.
Amigos Bipolares,
Como sempre, este tema, a nossa doença, dá pano para mangas para, escrever, falar, opinar, partilhar, e muito fica por dizer, mas uma coisa vos quero transmitir:
Este blogue e a escrita de hoje, é uma das atitudes que tenho para não valorizar, não me entregar aos síntomas depressivos que atravesso fruto, podem crer, desta Estação Outonal que, tendo a sua beleza, que a tem, mexe muito com o nosso estado Psíquico.
É certo que a depressão é consequência de acontecimentos, tristes ou excessos de compromissos, profissionais ou outros, sejamos ou não, doentes Bipolares. Agora, não falando nesses casos, mas apenas em nós, Bipolares e os efeitos que a doença nos "oferece"... não se "alimentem" com a tristeza e saboreiem o Bem-Estar.
Faz-me bem escrever. Com esta atitude, a depressão não se sente e dá lugar ao prazer.
Pratiquem, também, algo que vos dê prazer.
É aí que somos nós, tudo o resto para além do "nós", não nos caracteriza, verdadeiramente.
Sabem que mais? Sintam a força da vossa resistência e congratulem-se, abusando dela... Está Viva e... não descurem o importante, "sejam fiéis aos medicamentos".
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até
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26/10/2010

São únicos?...Não.

O tempo não está, própriamente risonho. O Outono manifesta-se.
Acordei com o corpo todo arrepiado, mas não sabia se era de frio ou nervos. Os afrontamentos apareceram e as sensações de desmaio, também.
Tinha a minha cadelinha para ir à rua e não estava para isso... como não?
Levanta-te, toma o teu duche, vai com a bichinha à rua, respira fundo e compra o pão, quentinho, na panificadora.
Toma o pequeno almoço e agarra-te à vassoura. A casa está a precisar de uma boa varridela.
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Já acabaste? Como te sentes? Vês, já passou, agora, para ficares melhor... abre o portátil e vai divagar com as palavras. Vai escrever, que é um dos teus prazeres. Escreve o que te vier à cabeça.
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Foi isto que aconteceu, hoje, ao acordar.
Frio, tinha um pouco, mas nervos, também, e não sabia explicar porquê. Eram os afrontamentos, as tonturas e sensações de desmaio. Enfim...tive de recorrer ás "estratégias" que, em primeiro lugar, me estabilizassem o sentir no corpo e o pensar, racional e tranquilo. Como sabem, o pânico não é bom companheiro.
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Bem, vamos, agora, partilhar outros sentires, outros episódios (não de hoje), mas que são conteúdo que justifica o ter criado este blogue.
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Todo o Ser humano é alimentado por pequenos sinais, fora do normal, a que se dá o nome de "tiques". Quantas vezes, são esses "tiques" que os referencia em determinadas situações, mas identificar a causa e que indicativos dão, de que se sofre, ou não, de uma doença, embora, todos eles tenham uma definição clínica, requerem o parecer médico.
Pois bem, Amigos Bipolares,
Não acredito que nenhum de vocês, tal como eu, não tenham Um. É certo que ninguém sendo igual a ninguém, todos esses "tiques" se mostram de diferentes formas e são muitos. Uns são idênticos, têm parecenças e quase se pode dizer que são comuns a todos nós, mas outros, são completamente característicos, bem especificos logo, bem diferentes.
Vem a pergunta:
Sérgio, que queres dizer com isso?
Precisamente aquilo a que sempre me propuz, neste blogue e, contrariamente aos Amigos Bipolares que insistem não fazer porque pensam que não tem importância para a nossa ficha clínica. Porque mantêm a sua postura de nada revelar, embora, mesmo que negando a doença... os "tiques", na sua maior parte, são visíveis, notam-se bem.
Faça-se justiça e diga-se, que há muitos Amigos, permitam-me dizer que sou um deles, que não escondem e colaboram com os médicos. Enriquecem o conhecer de uma doença, ainda hoje, tão difícil de diagnosticar.
Vem outra pergunta:
Sérgio, então a que "tiques" te referes?
A vários, embora, não consiga expressar todos ou quase todos. Por exemplo...
Eu tenho/tinha, vários e partilho alguns. São eles:

Cada vez que abro o meu portátil, o meu primeiro gesto é a limpeza. Pego num mini espanador, que comprei de propósito para este fim e limpo, o monitor, o teclado, o rato e o seu tapete. Não estou a dizer que o faço uma vez por dia, mas sim, as muitas vezes, por dia, que abro o portátil...

Cada vez que utilizo o fogão para cozinhar e sempre que o apago, são várias as vezes que me certifico que ficou apagado, tocando repetidas vezes os botões, e só depois tranquilizo.

Sempre que ligo a máquina do café e depois de a utilizar, nada termina sem que veja, várias vezes, que a ficha ficou desligada da tomada.

Sempre que apago a televisão, ou a aparelhagem hi-fi, ou o dvd, também o trabalho não se dá por concluído sem que confirme, vendo várias vezes, se a luzinha do stand-by está acesa que, como sabemos, é sinal do aparelho desligado.

A porta de casa...quando saio ou quando me vou deitar é, várias vezes, confirmada se está mesmo fechada, rodando o seu puxador. No caso de ir sair, quantas vezes a volto a abrir para verificar se alguma luz ficou acesa e, novamente, repetir o trancar a fechadura.

Por norma, gosto de ter as coisas como, papéis, jornais, livros, a posição do portátil, cadeiras, vestuário, e de outras tantas coisas, sempre, escrupulosamente direitas... simetricamente. Dá-se o caso de ter visitas, por exemplo o meu filho (vive com a mãe), é certo que não o privo de mexer em nada, mas mal ele se levante ou deixe de mexer, no que quer que seja, aí estou eu, atrás dele, a pôr tudo à minha maneira.

A verificação de luzes bem apagadas, repetindo o gesto, no interruptor, ligando e desligando.

Os quadros da parede...têm de estar direitinhos. Uma ligeira inclinação, noto-a logo.
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Sou católico, embora praticante... devesse ser muito mais. Assisto todos os dias, na RTP 2, ao programa Ecclesia. Programa dedicado à divulgação eclesiástica com, noticiários, eventos, curiosidades e, história eclesiástica desde a antiguidade.
Perguntam, onde está o "tique" com esta atitude?
A resposta:
Vendo, todos os dias, televisão e seja que canal for, ao desligar a mesma, faço-o deixando-a sintonizada na RTP 2. Se perceberam e sei que sim, reparam que cada vez que volto a ligá-la, ela abre sempre na RTP 2.
Gostavam de uma melhor explicação? Eu explico, confessando o motivo.
Por ser católico, ter Fé, deveria ir à igreja muito mais vezes, em agradecimento, e não vou. Assim sendo, por ver o programa (diário) Ecclesia na RTP 2, elegi esta estação como a "casa de Deus, a igreja", sempre presente em minha casa. Deu para perceber?
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Bem, estes são, apenas, alguns de outros tantos que eu assumo e junto ás várias rotinas dos meus dias. Vocês, terão idênticos ou outros diferentes, que se revelam muito próprios. Uma outra forma de expressão e atitude.
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Caros Amigos Bipolares,
Não tenham vergonha. Estes "tiques", visíveis e os não visíveis, denunciam "atitudes" e só os nossos médicos, a família, os amigos, podem associá-los, ou não, à nossa doença. Eu, muitos já eliminei outros, ainda não. Aprendi e continuo a aprender. Faço o que posso para minimizar, eliminar, todo e qualquer síntoma que, por outro lado, omitindo, só posso esperar o pior.
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Quero, contudo, reafirmar que estes "tiques" e muitos outros, sem a opinião médica, NÃO indiciam que são síntomas de doença Bipolar. O que aqui relato, não passa "do partilhar episódios" clinicos que fazem parte de mim.
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Ahh...
Se estou melhor dos afrontamentos, tonturas, sensações de desmaio, etc...?
Já é passado, agora vou almoçar.
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até
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01/10/2010

um segundo = a resistir...

Vejo-me na necessidade de partilhar convosco, a dificuldade e consequências, que observo, sinto, das pessoas que não sendo portadoras da doença Bipolar, têm em lidar com os que dela padecem.
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Se, já de si, é penoso para o doente, acreditem que muito mais o é, para com quem lida com o próprio.
A doença Bipolar tem muitas variantes, apenas, porque ninguém é igual a ninguém e, assim sendo, ela revela-se na dependência, também, e muito de acordo com a postura de cada um.
Costumo dizer, que quem convive com um doente bipolar e refiro-me, principalmente, aos que partilham o mesmo tecto, tanto conjugal, familiar e profissional, é tão Bipolar quanto o doente.
Porquê?
Todos nós, em geral, doentes e não doentes, temos dias bons e outros maus, não só porque estamos sujeitos aos contratempos que o dia-a-dia nos "oferece" e com os quais somos "convidados" ao confronto, bem como, a diferença de carácter e sociabilidade que temos e todos pode... afastar ou, unir.
Pois bem, tudo isto para dizer, que há doentes Bipolares, receptivos e outros, que se negam, assim como, falando nos que convivem com os Bipolares, também há os que aceitam, sofrem e se mantêm no esforço de ajuda, bem como, os que simplesmente se afastam, é demasiado forte para o seu "estar" e não perfilha com o seu modelo de vida.
Tudo se resume ao carácter e postura de personalidade de ambos.
Falando, concretamente dos, não Bipolares, que aceitam o "receio" de conviverem com um portador da doença posso, apenas, dizer que pode estar perante alguém que privilegia o acreditar viver em harmonia e bem-estar, sendo que, aceita a doença, a ela se dedica, aprendendo a conhecê-la nos seus momentos, altos e outros, baixos, dando-se ao respeito pelos seus médicos, mas muito principalmente, favorecendo o diálogo, saudável, com quem partilha o mesmo tecto. Nesta situação, que é possível, é real em muitos casos, existe VONTADE, ALEGRIA, HARMONIA. Porém, infelizmente...
há FRAQUEZA, DESINTERESSE, INFELICIDADE, por outros tectos e refiro-me, aos doentes que têm como palavra de ordem NEGAÇÃO.
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Caros Bipolares,
Com esta postura os vossos sorrisos não são verdadeiros, reais, sentidos.
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É nestes casos, NEGAÇÃO, que conviver com o doente Bipolar, seja debaixo do mesmo tecto ou, profissionalmente e outras situações de convívio, se APELA, à grande capacidade de compreensão, tolerância, conhecimento da doença, seus síntomas, ajuda, sem pressões e, embora com muita dificuldade, motivação, para promover o diálogo, que se quer simples, mas convincente, para o doente conquistar um restabelecimento, mínimo, do seu equilibrio que se revelará, na participação, onde a calma, a aceitação dos síntomas, o dar-se a ouvir, se vão sentindo, são visíveis. Agora...
Não sendo possível, pela grande resistência do doente e falta de visão racional, da fase que está a atravessar... não admite sequer, qualquer diálogo, apresentando até, uma terrível Falta de Humor, onde tudo o que se lhe possa dizer, para ele são contrariedades, rejeição... aí, requere-se a ida à urgência médica, o que será bem difícil de o convencer.
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É uma luta demasiado "injusta" para quem lida com os doentes Bipolares.
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Caros Bipolares,
Por favor, saibam aceitar a doença, saibam reconhecer, antecipadamente, momentos de crise que se aproxima, partilhando com os médicos e companheiros mais directos, os síntomas e resistam ao caminho do sofrimento. Aceitem, quando alguém que vos conhece e sabe do vosso sofrimento, da doença, vos revela notarem-vos diferentes em atitudes e, permitam o diálogo. Façam um esforço por pensar, por segundos, qual a vida que desejam se, em equilibrio ou... na desgraça.
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Sei, por experiência própria, em tempos, o quanto custa admitir que estou com determinadas atitudes, que me levam a pensar poder estar a entrar no princípio de uma crise. São muitos e muitos mesmo, os que não se interessam e... caem nas consequências. Agora, pensem uns segundos, como disse, e digam-me se não será mais tranquilizador e, simples, chegar junto do nosso/a companheiro/a e perguntar... Notas alguma coisa de diferente em mim?
A resposta que obtivermos é importante. Pode ser a confirmação do que possam estar a sentir e, de imediato, entram no estado de "tratamento" preventivo, evitando o sofrimento.
Sendo a resposta o contrário, não...não noto nada de especial, nesse caso, podemos usufruir do continuado "sorrir". Contudo, insisto...se a situação for a de sentir alterações como, uma enorme boa disposição acompanhada de risos por tudo e por nada, o intrometer-se em conversas que não lhe dizem respeito, um humor exagerado, gastos infundados, falta de respeito com os medicamentos, não os tomando, ou uma tremenda tristeza culminando com uma terrível Falta de Humor onde tudo é visto como contrariedade, discussão, isolamento, falta de interesse pelo que é o seu ritual diário como, higiene, falta de apetite, não conseguir concentrar-se e ler com sentido interpretativo, etc, repito...há que admitir e saber o caminho a percorrer. Repito, um primeiro diálogo com alguém de nossa confiança, é meio caminho andado para controlar e dar valor a um melhor Bem-Estar.
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Acredito que muitos possam pensar que são conversas de blá...blá...blá. Eu recuso-me a pensar assim e por isso, aqui estou a "confessar" experiências minhas.
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É doloroso, para quem não sofre da doença, conviver connosco se não dermos valor à Aceitação.
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até
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27/09/2010

o que me falha?

Não sou fã da vida politica, o que não quer dizer que me afaste, totalmente, pois devemos estar a par da actualidade, a cada dia que nasce. Saber qual o rumo do nosso País. Contudo, hoje, não podia deixar de expressar o que me rói a alma, embora aceite, que ser politico e governante, não é fácil, a responsabilidade é pesadíssima, mas foram os próprios que optaram por esta vertente profissional.
Não vou fazer um post de politica, até porque o Blogue tem a ver com a minha doença, o ser Bipolar e o querer partilhá-lha, com os que padecem e com os que, não padecendo, convivem connosco.
Perguntam: Então o que tem este post a ver com a doença Bipolar?
Têm razão...Vamos a vias de facto.
Todos sabemos a crise que assola o nosso País e, por consequência, todos em geral.
Estão a ser feitas muitas tentativas de salvar o País e, para tal, "com palavras bonitas", dizem os governantes, que todos nós temos de participar, fazendo sacrifícios que mais não passam de "uma imposição" e não, um pedido.
Há as que, a muito custo, lá temos de aceitar e ficar calados, não temos outra alternativa, mas há outras que, desculpem se estarei errado, me deixa na dúvida sobre a capacidade moral e mental de quem toma a decisão.
Caros Bipolares,
É aqui que, como disse, me rói o coração. Senão, vejam e ajudem-me no raciocínio.
Em muitos sectores de actividade como, a Segurança Social, a Educação, as Obras Públicas, a Saúde, o Emprego etc, foram objecto de completas mexidas. Não vou dizer quais as mais ou, menos importantes, mas há uma situação que, repito, não sendo político nem defensor de ideais deste ou daquele partido, muito me custa aceitar...
COMO SE PODE TOMAR A DECISÃO (uma delas) QUE É, NO SECTOR DA SAÚDE, A RETIRADA DO MERCADO, DE UMA PARTE DOS MEDICAMENTOS ANTI-DEPRESSIVOS, FUNDAMENTAIS A TODOS QUE SOFREM DE DOENÇAS DO FORO PSIQUICO E REPAREM...MUITAS DELAS, "CRÓNICAS", COMO O SER BIPOLAR, QUE TÊM DE VIVER COM ELES, TODA A SUA VIDA?
Todos sabemos da rejeição e, agora, falando nos Bipolares, aos medicamentos e nas suas consequências, uma delas, a grande percentagem de suicídios.
Será que esta medida mereçe um justo reconhecimento da sanidade, DA MENTE e, competência para o ESTUDO, responsável, de quem a tomou?
Eu pensarei... que seja um "convite" para mais internamentos.
Ajudem-me a raciocinar sobre esta atitude.
Porém, alerto que esta medida não é desculpa para os que tomam, de modo irregular, os medicamentos, não consultarem os seus médicos... sim, porque aqueles que se respeitam e confiam nos médicos, estando sujeitos a tantas experiências para "acertar" naquele que produz o efeito desejado, sabem que outro haverá e se irá ajustar. Clinicamente vai ser penoso, para os médicos e para os doentes. O nosso organismo não reage, da mesma forma, a qualquer medicamento que se diga substituto.
até

26/08/2010

valorizarVSdesvalorizar

Caros companheiros,

Há situações de vida, menos boas, com as quais somos confrontados provocando, muitas vezes, sem querermos admitir, o desiquilibrio e, não tomando as devidas precauções, levam a recaídas, tão rápidas, como do dia para a noite. Nestas alturas temos de ser amigos de nós próprios e saber gerir o factor tempo.
Por muito que se desvalorize determinados síntomas com atitudes como o dizer, "estar habituado e saber dar a volta" ou, "amanhã já estou bom", não chega. O quotidiano é amigo do desiquilibrio e no nosso caso (Bipolares), podem crer que deixa marcas, "camufladas", que nos reencaminham para o processo da destabilização.
Não nego, aliás, confesso que estou a atravessar uma dessas fases e, por exemplo, a desmotivação é total. A primeira atitude, foi partilhar com os meus médicos esta alteração, que levou à necessária reformulação dos medicamentos.
Não podemos esquecer que estas fases são fruto, não de situações de hoje, mas sim, daquelas que já têm o seu tempo decorrido e, progressivamente têm vindo a molestar-nos agravando-se, mais fácilmente, com as pequenas "turbulências" de todos os dias que se vão acumulando. Mais dia menos dia, estamos na fase que não queremos, a destabilização e, aqui chegando, todos sabemos o que acarreta em prejuízo do nosso Bem-Estar. É, é isso mesmo, uma total desmotivação, interesse de vida e total isolamento. Garanto-vos, que permitindo chegarmos a este ponto, o factor tempo vai ser muito penoso para nós. Entrar em recaída, é não termos vida durante muito tempo que não é, de todo, algo que se possa calcular.
Escrever este post faz parte das estratégias que uso para não dar cor ao desinteresse pela minha pessoa, mas quanta dificuldade na capacidade de encontrar palavras e que na sua conjugação, transmitam algo com princípio meio e fim que me ajudem a expressar, o suficiente, para me fazer entender.
Tenho outros Blogues, mas esses, vão ficar "de férias" até eu conseguir voltar a atingir a inspiração que os alimenta.

Meus caros (Bipolares),
Não desvalorizem...
Dêem valor ao factor tempo, "prevenindo", "atacando de imediato evitando o desânimo".
Valorizem-se...

até
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01/08/2010

Porquê...? não há que ter.

Meus Caros, Bipolares
Sempre tive muita dificuldade em usar as palavras SIM e NÃO. A minha humildade levar-me-á, eternamente, ao não querer ferir os outros, com as minhas respostas. É uma postura que trai a minha vontade, mas enaltece, sem o merecerem, alguns, o sentido de respeito que tenho por eles (outros) deixando, assim, comigo, dentro de mim, tudo o que deveria desabafar (o que fazem comigo sem qualquer preceito) mostrando que, tanto humano sou eu, como eles (outros).
Não é uma postura correcta que tenho para comigo, mas a fragilidade dá força ao medo e, dentro de mim, fica o que conservarei muito tempo em sofrimento, remoendo e tendo pena, de mim próprio, por ceder ao desrespeito dos outros.
Se não fossemos portadores da doença (Bipolar), nada se saberia o que iria acontecer, mas estou certo, que a coragem de nos rebatermos pela razão, seria outra. Assim, esta malvada (doença) dá-nos dois carácteres. Um, aquilo que somos quando viemos ao mundo e aprendemos com a educação que nos foi dada, boa ou má e, outro, aquilo que somos que fragiliza o nosso pensar e nos deixa sem força para contrariar os outros, na defesa que, também, somos humanos como eles e, podemos agir como tal, ou bem, ou mal, tudo depende do carácter em parceria com a doença.
Existem (nos Bipolares) modos diferentes de reagir, mas acreditem que é sempre fruto da nossa cabeça, debilitada que, por vezes não mede consequências do que nos leva a fazer. No meu caso e, por indicação dos médicos que me assistem, eu sou um "ser" que vivo em submissão, constante, perante os outros. É a situação que se tem tentado alterar, mas que persiste.
"O Sérgio não pode ser tão humilde", "O Sérgio tem de dar mais valor a si próprio", "O Sérgio não pode permitir que o desrespeitem"...etc. Não é fácil quando se fala (luta) em ter razão. O que é triste é o chegarmos a uma altura e verificarmos, pela postura dos outros e, mais tarde, que de facto quem tinha razão eramos nós. Depois...depois aumenta a revolta dentro de nós, os consequentes efeitos sintomáticos da doença que, também eles, dependem de cada um (portadores) no reagir e no grau de urgência na assistência médica, para evitar posturas drásticas. Desculpem falar de uma das consequências, que nunca alimentei, mas agora compreendo o porquê de muitos Bipolares optarem, na sua revolta e mente fragilidada, por ela, o suicídio.
Meus Caros (Bipolares),
Não deixem de lutar pela vossa razão, mas com dignidade e certeza do que assumem. Levem o tempo que levarem na reflexão, mas Não deixem que outros, aqueles que pouco se interessam pelos males dos que padecem, vos gozem, usem, desrespeitem.
Como me sinto triste por, ainda, não conseguir seguir os conselhos médicos, quanto à submissão.
Como me sinto triste de tantas vezes e é assim que quero dizer, ser usado e gozado e, como eu, tantos outros Bipolares.
Como me sinto triste de não conseguir responder com modos, usar palavras, que os outros usam comigo, quando confrontados com diferenças de opinião.
Mais uma vez, repito; Não é fácil lidar-se com quem padece da doença Bipolar. Trás, também, consequências que podem ser graves para quem convive connosco. Contudo, uma coisa posso afirmar, quando controlado, ajudado, compreendido, quem convive connosco, sente o nosso coração do tamanho do mundo e se não sente...é porque, afinal, é forte demais a situação em que estamos (nós Bipolares), mas defendendo o diálogo, respeitam-nos e tentam chegar a uma solução, que pode ser a desejada, ou não. Depois, depois há os que, simplesmente, não nos respeitam e tomam as suas opções, só a seu modo. Para esses, deixámos de ser o que éramos ou, o que eles queriam que fossemos e, considerando-nos, apenas, "impossíveis", nada como seguirem o seu caminho sem olhar a mais (consequências, sem diálogo).
Meus caros (Bipolares)
Respeitem todos quantos convosco convivem, permitindo, sempre, o diálogo saudável.
Não permitam que vos faltem ao respeito, demonstrem a capacidade, sã, de serem superiores em educação.
Acima de tudo, desabafem, não encham a vossa mente com situações que têm de ser apagadas.
Escrevam ou, conversem com quem vos conhece e merece a maior das confianças. Que vos ajuda a dar luz, na maneira de pensar.
(volto)

26/07/2010

Adenda (Reparo), ao post anterior...

A verdade, a humildade e o respeito, são as palavras, que eu gostava, que todos os que me visitam e lêem, interpretassem como "Aquilo que sou".
Caros (Bipolares),
Por vezes, uma palavra tem várias interpretações e altera todo o contexto que queremos expressar e, por consequência, cria uma qualquer injustiça nas nossas intenções. É o caso que me trás aqui para, "reparar", uma dessas palavras, "REJEIÇÃO".
Referi no post anterior a situação de nós, bipolares, tantas vezes sermos vítimas de rejeição. Contudo, deixem-me realçar as situações que interpreto como rejeição, para boa interpretação.
  • Somos bipolares, padecemos de doença do foro Psiquiátrico, somos "maluquinhos" e digo-o desta forma porque, eu próprio já sofri esse rótulo, dito por outros considerados "normais" que, ainda, nos dias de hoje só assim vêem e rejeitam, quem anda em Psiquiatria.

  • Somos bipolares, vivemos e convivemos em comunhão. Até uma certa altura há, digamos, uma certa tolerância connosco, mas com a insistência da sintomatologia da doença, que se torna penoso para nós e mais, para os outros que tentam ajudar e não resulta, porque (muitas vezes) não aceitamos, a melhor alternativa (fruto do desgaste emocional) surge na separação (chamemos-lhe rejeição).

  • Finalmente e sem que nada tenha a ver com a doença, apesar de padecermos da mesma, mas sim, como um qualquer casal, se quiserem chamemos-lhe assim... "normal", se dá uma ruptura, separação, devido a incompatibilidades de, postura, mentalidades, modos de vida diferentes. (mesmo assim e não servindo de desculpa, mais evidentes e fragilizadas).

Meus caros (Bipolares),

Espero, ser fácilmente interpretado, expressando a justiça que eu e todos merecemos.

Reafirmo, que a ninguém em especial, me referia.

até

(agradeço a quem me fez ver que era útil este esclarecimento, porque o é).

25/07/2010

sentir...

Oiii...
Bom Dia, Boa Tarde ou, Boa Noite, conforme a altura do dia em que me visitarem.
Meus caros (Bipolares),
Não sei até que ponto as minhas palavras têm contribuído para, pelo menos, sentirem quais as opções que tomo para me manter, estável, tranquilo, não valorizando a doença.
É certo que não tenho, nem de longe, nem de perto, a intenção de me mostrar como que, um "sábio" da doença e/ou de convencer, quem quer que seja, de que a minha postura é a mais correcta. Nada disso. O meu objectivo, com este blogue, é partilhar a minha, humilde atitude, experiência, de viver com a doença, com todos que, ao me visitarem, sintam que não são os únicos que têm a difícil tarefa de ultrapassar os traumas que ela (doença) nos oferece.
Sabendo que nada nem ninguém é igual a qualquer outro, temos de reconhecer que, também, as atitudes, as alternativas, as estratégias a utilizar para "dar a volta", pela positiva, face à doença, são inúmeras, diferentes entre uns e outros. É com essa intenção que ao ter criado este blogue, mostre, o que não é para ter receio e, falar sobre a doença criando um "Pseudo-Fórum" de opiniões.
Procuro, acima de tudo, ajudar e ser ajudado.
A Doença Bipolar, ainda hoje, é um tabu para muita gente que, pelo seu nome, não a conhece e, só porque se trata de uma doença do foro Psiquiátrico, logo à partida, tem o seu "rótulo".
É muito triste quando estamos em vonvívio, sentirmos que estamos a ser "afastados, ignorados", porque somos (desculpem a expressão, mas já ouvi, pelas costas, o rótulo) "maluquinhos" e não termos lugar no mesmo espaço de "inteligência" que essas pessoas ou, sermos os bobos da festa. Pura ignorância e falta de sensatez de quem assim pensa. Essas pessoas só têm razão se; permitirmos ser vistos dessa forma e alimentarmos, ainda mais, as suas razões, entrando em devaneios que, apenas, fazem rir e, quantas vezes, sermos usados, gozados, perdendo a completa noção das nossas atitudes.
Caros (Bipolares),
Seria desilegante da minha parte e injusto, não dizer que o contrário também nos favorece. Há, também, pessoas que ao conviverem connosco, tiveram o respeito por nós e se dedicaram a "estudar", um pouco, a maneira de nos ajudar a sair do "poço" nas nossas piores fases, a lerem sobre a doença. Tantas são as vezes que sofrem, mais que nós, mas são dedicadas e consideram-nos "seres" com grandes atributos, potencialidades. A esses, devemos o nosso respeito e agradecimento.
Acreditem no que vos digo, se é que já não sabem, por vezes julgamos estar a ser bem considerados e somos ouvintes de bonitas palavras, mas quando menos se espera, somos "rejeitados" sem oportunidade de mortrarmos o que valemos e o coração de que somos donos. Se todos os Bipolares são assim... não, não são, porque existem muitos que desrespeitam as regras clinicas para a nossa estabilidade e, como diz o ditado, "paga o justo pelo pecador".
Meus Caros (Bipolares),
Aceitem a vossa doença, não a valorizem, seguindo as regras e, respeitem-se, respeitando os outros, quer sejam bons ou, menos dignos. Todos nos avaliam, agora, o que eles não sabem é que, nós (Bipolares), também temos competência, inteligência e coração, para os avaliar...
A razão não está só do lado de quem não padece da doença, mas são muitos que assim pensam.
volto

17/07/2010

pufff...(continuação)

Tenho muitos motivos que me ocupam... (terminámos aqui o texto anterior).
Quando se vive sózinho e se padece de uma doença (por favor não me façam de coitadinho), deste tipo (Bipolar), apesar de não ter cura, deixem-me que vos diga desta maneira, a única cura, é não lhe darmos demasiado valor e convencer-mo-nos que se ela mexe connosco, também, de nós não se livra, terá a nossa resistência.
Quando digo que tenho muitos motivos que me ocupam, um deles, por exemplo, é dedicar-me às palavras e escrever. Ahh...não gostam de escrever? Mas não acredito que não tenham outros prazeres. Eu, também gosto muito de cozinhar e tenho de cozinhar, afinal, vivo sózinho e o dinheiro, não me possibilita comer fora todos os dias. Aborrece-vos cozinhar? e ler um bom livro, também não? Ver um bom filme, ou em casa, ou ir ao cinema? Ok...não têm pachorra para estar tanto tempo agarrados à televisão, ou não vos apetece aperaltar para irem a um cinema. Bem, vão-se esgotando os motivos que nos façam estar ocupados. Que tal ouvirem uma boa musiquinha e relaxarem no sofá? pronto... barulhos. Costumo dizer que "desistir é dar razão ao caminho mais longo para sermos felizes". Conhecem alguém que, cada um à sua maneira, não queira ser feliz? Sei... Aqueles que se convencem que a vida, nada mais lhes pode oferecer senão, o serem doentes e viverem sózinhos, certo? ERRADO.
Meus caros (Bipolares),
Não posso negar que, não sendo os dias todos iguais, não tenha momentos em que penso que estou sózinho e, coincidência...
Hoje estive acompanhado do meu filho, veio dormir comigo esta noite. Hummm, que alegria, estar com ele (tem 12 anos), sentir o seu cheirinho, ver a sua cara, o seu corpo. Olhar para ele e tentar aperceber-me, se ele já está mais crescido, preparar-lhe o almoço que ele gosta, ouvi-lo a contar anedotas que ouviu na escola. Enfim, partilhar com ele conversas de fazer rir e, também, conversas sérias, daquelas de pai para filho. Mas onde está, afinal, a tal coincidência de que falo?
A mãe veio buscá-lo a meio da tarde e, mal fechei a porta, logo senti um vazio, não só em casa, mas principalmente, dentro de mim. Ok, isso é muito triste, mas e a tal coincidência?
A tal coincidência, é que há momentos em que, afinal, também eu me sinto sózinho, eu que digo que não me sinto só, venho, agora, dizer que me sinto sózinho? Há momentos e, como disse, os dias nunca são iguais, então?
Meus caros (Bipolares),
Tive de arranjar um motivo para estar ocupado e estabilizar esse sentimento, ele está visível... Optei por estar a escrever e partilhar convosco, um momento mau, para mim. É a tal resistência.
(Continua)

08/07/2010

pufff...

São muitos os que falam em solidão. O pavor de viverem sózinhas, de não terem uma companhia que os faça sentirem-se... acompanhados.
Eu, vivo sózinho. Não sei se será indelicadeza da minha parte ou não, mas perdi esse pavor, esse medo e, nem tão pouco, me sento a pensar no que seria se estivesse a morar com alguém. Tive, no antigamente, no meu pior momento, muito medo de estar sózinho. Quando era casado e a minha mulher saía para trabalhar, eu ficava com o tal pavor de estar sózinho e tantas eram as vezes, que perguntava a mim próprio, e se te sentes mal, se tens uma crise, se desmaias, se... se... se... Era graças a todos estes "ses" que o pavor aumentava, a ansiedade e a necessidade de, ou me deitar, ou me sentar, muito quietinho, a olhar para o relógio para ver quando chegava a hora da minha mulher regressar a casa. Quantas vezes me sentava à janela, dizem vocês: para veres o movimento, para te distraires, que bom, assim o tempo passa mais depressa. NÃO, não era por isso. Quantas vezes me sentava à janela para ver que carros, de vizinhos, estavam estacionados e que me davam a certeza de que eles estariam em casa e, caso me sentisse mal, saberia a quem recorrer. Por um lado era bom, mas o principal, era errado, muito errado.
Tudo era medo, apenas queria ficar sentado, ou deitado e a ouvir rádio, ou a ver televisão. Acreditam que era antes da minha mulher sair de casa, para o trabalho, que eu me levantava para tomar banho? Porquê? O medo... o medo de ficar sózinho e pensar que me sentiria mal na banheira e assim, ainda tinha a sua companhia.
Meus caros (Bipolares),
Há coisas do Arco-da-Velha.
Não sei, nem quero saber, o que será o dia de amanhã, mas o que sei é que, com o divórcio, fui "obrigado" a viver sózinho, a procurar casa e adaptar-me à nova condição de vida.
Falei, quando ainda falava, com os poucos familiares que tenho, para uma possível partilha do seu espaço, de um quarto, da companhia. Ninguém considerava reunir condições para me acolher. Não os condeno, era, também para eles, uma mudança de vida e isso, qualquer um sabe o quanto pode acarretar e dar que pensar.
Tive o "respeito" da minha ex-mulher e, como pai do nosso filho, de permanecer em casa até encontrar uma outra para viver. Foi-me disponibilizado um quarto e todo o restante uso da casa.
É um agradecimento, que hoje, não há palavras que dignifiquem tamanha ajuda, tamanho respeito por mim.
Bem, deitei maos à obra e, apareceu. Até nem foi muito díficil, encontrar a tal casa que implicava a mudança de vida e, o medo...o medo de como seria. Não só pela doença e os meus traumas, mas acrescentando o facto de deixar de viver com o meu filho, todos os dias. Podem crer e isso não é para os assustar, mas é um momento da nossa vida que nos afecta muito. A casa estava encontrada e aos poucos fui levando alguns pertences, mas o passar do resto do dia, o dormir, ainda era na casa da minha ex-mulher. Não estava preparado e não conseguia controlar o medo.
Meus caros (Bipolares),
Nenhum dia é igual a outro e...
Acreditem, foi um "pufff..." que bateu na minha cabeça.
Um certo dia e, quando me encontrava a arrumar e a fazer alguns trabalhos como, limpar janelas, chão, paredes, prateleiras...etc, que me senti cansado e me deitei na minha cama, já armada. Entretive-me a ouvir todo o ambiente exterior, o movimento de carros, de pessoas e outros, todos eles novos para mim. Sei que adormeci e ao acordar, de imediato vou a uma das janelas, com vista para a baía e puz-me a pensar...apenas pensei e olhei todo aquele movimento. Peguei o telemóvel e disse à minha ex-mulher... Hoje fico aqui a dormir!
Meus caros (Bipolares),
Muito havia para contar, mas apenas uma, é para mim, o "marco" de uma nova vida.
As palavras que hoje vos estou a escrever são, ainda, como se esse dia, o do "pufff...", não tivesse terminado e eu ainda aqui estou, sózinho...na minha casa. Tenho muitas coisas para fazer, ainda.
Tem sido uma diferença como do dia para a noite, claro que não posso deixar de salientar o quanto partilhei com os meus médicos, esta nova mudança e o quanto foi colaborante, um reajustar de medicamentos. De outro modo não fazia sentido. O facto, é a pogressão, positiva e no quanto me sinto bem com as minhas "quatro paredes" que me pedem dedicação e, me impedem de pensar, no que não faz falta para as embelezar... O MEDO DE VIVER SÓZINHO,
porque não me sinto. Tenho muitos motivos que me ocupam.
(continua)

02/07/2010

O exemplo...

Faço questão de agradecer a uma Amiga, reproduzindo neste meu espaço a carta que me escreveu, digna de evidenciar a Amizade, independentemente de eu ser um doente Bipolar.
Obrigado, Amiga, por seres minha Amiga e
Obrigado pela dedicação, quando te faço viver os meus momentos menos bons, apoiando-me.


Amigo,
Quantas vezes já te disse que gosto de ti?
Quantas vezes já te disse que te adoro?
Quantas vezes já te fiz sorrir?
Hoje, sinto que to devo dizer aqui, neste espaço que partilho, e que visitas.
Adoro-te, sim, meu amigo, e encho o peito para falar deste sentimento que me une a ti.
Dizes que sou única e chamas-me princesa...a tua princesa menina...e eu sorrio, por isso não gosto de ser chamada assim por mais ninguém.
Choro quando sofres...porque te fazem sofrer, mas não tenho pena de ti, sabes?
Porque teria pena de alguém tão grandioso como tu?
És um pai fabuloso...um filho atento...um amigo excepcional e és o melhor artista com quem já tive o privilégio de privar.
A vida quis-te encostar a um canto, quando a bipolaridade te foi diagnosticada...mas tu lutaste, ergueste-te e venceste-a.
E agora aí estás tu.
Tu...a poesia...a fotografia...a luta...o desenho...e o grande amor que sentes pela vida.
Quando te conheci e me contaste sobre essa companheira que terás até...sempre... assustei-me...mas aos poucos aprendi que não é ela a má da fita na tua vida...mas os outros, os que não te sabem aceitar ou os que fingem aceitar-te e amar-te...e todos os que, contrariamente a ti, enganam, iludem, mentem...
EU não tenho vergonha de ti, sabes?
EU orgulho-me MUITO de ti!
Dizes-me, muitas vezes, quando te mostro ser mais bipolar do que tu, que a minha bipolaridade passa sem medicação...e que a tua só passa com ela.
É verdade...porque, na realidade, não sou bipolar, mas também é verdade que, ao contrário do que muita gente pensa, ser bipolar não apresenta qualquer perigo quando se aceita a doença, como tu aceitaste, e quando se deposita nos médicos a confiança que tu depositas.
Quantos não bipolares gostariam de ser tão equilibrados como tu!
És o meu melhor amigo, sabes?
Por isso não te quero esconder...
Tens 52 anos, amigo.
Estás vivo...os teus olhos brilham como os de ninguém, quando reconheces ser respeitado como o ser humano lindo que és.
Põe a bengala no lixo...apaga o cigarro, que não te pertence, e olha-a.
ELA é a VIDA...a VIDA que ainda te falta viver!


(Desenhado por Segredos... "Eu")

Sabes, amigo, que um dos meus sonhos de sempre era ser psicóloga?

É curioso, não é?

Talvez por isso te respeite tanto!

Beijinhos

01/07/2010

Respeitar...

(Dirigido ao anónimo que comentou em segundo lugar, no post anterior. O primeiro comentário, está dentro do perfil contextual do blogue).
Caro/a Anónimo/a,
Em primeiro lugar quero pedir-lhe que não use este blogue para comentários, com a expressividade pessoal que deixou no meu último post.
Este blogue é sobre algo com o qual não se brinca, a Saúde.
Se reparar, ele foi criado para partilhar, com outras pessoas que são, tal como eu, portadoras da doença Bipolar (e outras que, não sendo portadoras, têm na sua vida alguém que o é), experiências da minha vida real com a doença. É, apesar de não sermos uns "coitadinhos", porque não somos, um espaço que pretende dar força, a quem dela necessita para viver com a doença, sem que a mesma nos proíba de continuar a sentir o prazer de sorrir.
Por favor, independentemente de não se identificar, tenha, pelo menos, respeito pela finalidade do blogue e pelas pessoas a quem ele se dedica.
Quanto ao seu objectivo com o comentário que, se era para criar confusão e denegrir o meu bom nome e postura, já criou, permanece em mim a consciência tranquila. Contudo, deixo-lhe o meu endereço de mail para que possa, aí sim, se tiver algum motivo para tal, que eu desconheço, se expressar a seu gosto e permitir a minha resposta.
Obrigado

29/06/2010

Não desprezem...

Respirar é encher o peito.
Respirar bem forte, é encher o peito, reflectir, aceitar as verdades e deitar fora as mentiras.
Que quero dizer com isto? É simples...
Nada nem ninguém é perfeito. Todos estamos sujeitos a correcções, todos estamos sujeitos a momentos bons e a momentos maus. Há alturas que sentimos o peito doer, algo nos está a tocar.
Tenho tido a felicidade de partilhar a minha vida com pessoas que, umas a quem, graças à minha experiência e ao que tenho aprendido, me entrego e me fazem sentir útil, mas outras há, em que sou eu que agradeço e afirmo, o quanto elas me são importantes e me têm mostrado a realidade da vida. Aquela, que para mim, até hoje, permanece ainda, oculta.
Pelo contrário, existem, também, aqueles que "gozam", aproveitando-se da vulnerabilidade dos mais sensatos, puros, daqueles que prezam a verdade do fazer bem.
Hoje, tive o privilégio de ter um diálogo com alguém que me fez, mesmo, pensar e entrar em mim. Fazer-me ver o muito que me era desconhecido e que tenho de saber adaptar-me, compreendendo o seu verdadeiro sentido.
Abriu-me os olhos dizendo que não é pelo facto de ser "Bipolar" que tenho de me sentir inferiorizado e não dar o real valor ao que sou, ao que faço, ao que quero para me sentir realizado.
É nestas fases que nos podemos sentir injustiçados, porque não gostamos de ouvir o que não queremos, mas é nestas fases que temos de assumir que estamos perante alguém que gosta de nós e nos ajuda a não sofrer, logo, por muito que nos faça doer, temos de reter, em nós, as palavras que ouvimos e ver em que é que elas são ou não parte de nós, sendo que assumiremos libertar-mo-nos do que não nos faz bem.
Meus caros (Bipolares), o nosso valor não tem de ser visto ou avaliado pelos outros, mas sim por nós. Temos de acreditar em nós e ter a certeza de que gostamos do que somos. Temos, acima de tudo, que saber ouvir e aceitar os conselhos de quem nos quer bem. Não é vergonha, é dar ouvidos a quem nos dá valor e nos alerta para a nossa Auto-Estima.
Ser Bipolar não é deixarmos de ser humanos.
Ser Bipolar é sermos mais responsáveis connosco.
até

26/06/2010

amantes e...amados

Conforme já uma vez afirmei e repito, a vida, muitas vezes, é-nos madrasta. Também não podemos contar com um mar de rosas todos os dias. Isto sim, não seria normal.
Há situações, no percurso de vida que fazemos, que efectivamente nos confrontam com o peso das dificuldades e, por vezes, situações que nos deixam de boca aberta.
Se repararem, não estou a falar sobre nós Bipolares em particular, mas de um modo geral sobre todos os humanos.
Dessas situações, tantas são aquelas que requerem o nosso sangue frio e a destreza de dizermos Sim ou Não. É aqui, que os portadores de doença Bipolar, são observados e considerados como pessoas que não dão garantia de pensamento racional. É triste dizer, mas existem estes casos... casos onde o Bipolar é marginalizado e considerado como alguém que não pode estar no seu perfeito juízo ou está permanentemente a ser observado porque e, só porque, temos a infelicidade de sermos Bipolares.
Meus Amigos (Bipolares),
nós não somos ninguém para uns, mas acreditem que somos muito mais racionais que muitos que nos conhecem ou não conhecem. Temos tanta competência de pensamento comparados com os "chamados" normais - perdoem-me esta expressão - que há alturas em que é necessário mostar àqueles que não conhecem a doença de que somos portadores que não é verdade, quando nos assumem como pessoas que não podem fazer parte do seu quadro de relacionamentos.
Nós, os Bipolares, desde que devidamente bem acompanhados e respeitando as directrizes dos nossos médicos, temos argumentos que validam, que provam a nossa estabilidade e equilibrio e que nos dão o direito de usufruir da credibilidade, em todos os aspectos, como qualquer outro comum. Digo mesmo, quantas vezes, bem mais responsável, madura.
Meus Amigos (Bipolares),
não se sintam ou deixem que vos façam sentir Inferiores, porque assistem a pequenos pormenores como o de tomarmos uma "carga" de medicamentos. Temos as mesmas capacidades que qualquer "Ser". Não deixem que marginalizem e desrespeitem a vossa integridade.
Em fase estável, e podemos estar com ela durante "um sempre", somos amantes e amados pela vida, pela felicidade.
até

06/06/2010

Resistir...

Na vida só existem dois quereres, o SIM e o NÃO.
Todos os dias somos confrontados com situações, vontades, desejos, com o possível e o impossível. Todos os dias o nosso corpo, a nossa mente, estão sujeitos ao poder da DECISÃO. Nem sempre a resposta é a melhor, mas nem sempre é má. Chamo-lhe OPÇÃO.
Até chegarmos à decisão, muitas são as etapas que percorremos, embora muitos digam que é perda de tempo dedicarem-se às dúvidas, quanto às suas opções. São etapas que, sem nos apercebermos, sacrificam o tempo que a nossa mente dispõe para decidir. É neste espaço de tempo que a vida se encontra connosco e se revela BOA para uns, MÁ para outros, mas não podemos esquecer que somos nós que realizamos as ditas opções. Só a nós podemos agradecer o sorriso e condenar-nos pelas tristezas.
CERTO e ERRADO é o resultado que temos da nossa forma de pensar. Vamos sentir o caminho que escolhemos; é sentida a culpa, a cumplicidade, seja para o bom como para o mau.
Caros amigos, a PRECIPITAÇÃO é o nosso maior inimigo. Por muito que se deseje, temos de parar e nos reconciliarmos com o poder da decisão. Temos a necessidade, lutando contra a ansiedade, de aproveitar o muito ou o pouco tempo que nos é dado para, com firmeza de pensamento, agirmos com o sentido do bem-estar. Recordar erros vividos que, embora sejam passado, nos permitem não repetir angústias, frustações, desilusões, culpa.
Nós, os portadores desta doença, a BIPOLARIDADE, somos, mais do que os não não portadores, facilmente confrontados com o peso da decisão e é aí que nós, Bipolares, temos de reconhecer a nossa fragilidade de pensamento, mas não incompetência. É aí que temos de evidenciar o saber lidar com a doença e distinguir o certo do errado, pondo de parte o desejo, dando valor à racionalidade, à opção. Aí está, novamente, o factor tempo. O suficiente para equilibrar a nossa resistência com o bem, com o mal e chegarmos ao SIM ou ao NÃO.
É difícil resistir a desejos e tomar decisões, mas conhecer a precipitação leva-nos por caminhos da felicidade. SERÁ???

até

13/05/2010

Só nós nos condenamos...

Há muitas situações que nos apoquentam (a nós Bipolares e a quem connosco convive). Situações de toda a espécie, umas sem qualquer peso de negatividade, mas outras que requerem um dialogar connosco e/ou, principalmente, com uma pessoa de confiança com a qual sabemos que podemos contar. Há necessidade de rever o que se está a passar e, para tal, nada melhor do que a ajuda de que quem convive connosco e sabe da nossa doença, da forma como ela se apresenta a qualquer momento… O Alerta.
Pois é!
Quero com isto dizer que, quando menos esperamos, julgamos estar tudo bem e damos connosco a passar por episódios que debilitam a nossa capacidade de raciocinar e agir, correctamente.
Há muito pouco tempo, conheci uma senhora com a qual tenho mantido agradáveis conversas. Conversas, essas, em que a assiduidade tem sido cada vez maior e a relação entre os dois se vê com carácter mais responsável e pensamentos de perspectivas no futuro.
Até aqui tudo bem, mas como o bem nunca está só, apresenta-se o mau e esse consegue estar muito tempo sem precisar do bem.
Nesta situação que acabo de partilhar, sou confrontado com uma possível relação de uma nova vida a dois. Entre ambas as partes há amor, dedicação e compreensão. Tudo parece reunir as bases para o bom entendimento, não fosse a minha eterna insegurança e falta de Auto-Estima . Porquê?
Porque, se a senhora com quem partilho o desejo de uma vida a dois, não estivesse sujeita (embora se tenha dedicado a estudar, um pouco, a bipolaridade), a inúmeras perguntas da minha parte, não ficaria desmotivada perante a negatividade que muitas vezes demonstro.
Para quem começou uma relação há pouquíssimo tempo e martiriza a companheira com perguntas constantes, como “Gostas mesmo de mim?”; “ Tens a certeza que não te vais apaixonar por outro?”; “Queres mesmo viver comigo?”; “Mas eu não te mereço e tu rapidamente vais arranjar outro.”, só poderá desencadear uma enorme falta de paciência, por mais dedicação que haja.
Meu Deus...
Quando e, depois de tanta coisa que já ultrapassei e aprendi a controlar, irei conseguir deitar fora algumas pedras que ainda permanecem nos meus sapatos e me impedem de caminhar para o lado certo?
Quero recuperar a confiança… começar a acreditar… pensar antes de agir… respeitar a dedicação que esta senhora me oferece e a felicidade que me faz sentir, enfim, eliminar traumas que não têm qualquer razão de existir e que eu persisto alimentar, quando tenho a sorte de constatar que a porta da dita e desejada felicidade se encontra completamente aberta.
Meus caros,
Não pode ser.
Temos de aproveitar estas companhias que demonstram a beleza do seu coração, não só a nível sentimental como pela confiança que depositam em nós e, assim sendo, merecem a nossa confiança, o nosso amor.
Não podemos dar vantagem à insegurança, ao medo…
Temos de dar a oportunidade de à felicidade, colaborando e fazendo um esforço por nos libertarmos de tudo o que aprendemos e que faz parte do lado escuro presente em nós.
Não é fácil, mas temos todos os "ingredientes" na nossa mão para vencer. E, por muito que custe dizê-lo, somos nós que não queremos. Apenas precisamos de parar de fazer tudo o que nos ocupa no momento e, por 5 minutos, pensar, pensar em nós e no(s) que nos quer(em) bem.
Se sou capaz de escrever tudo isto, não posso deixar de me condenar por não passar à prática e partilhar/retribuir, o viver em felicidade.
até

29/04/2010

Merece... eu aceito.

Porque já tenho Amigos que comentaram o post anterior, que dava como ponto final a sua existência, não o vou apagar mas, quero que saibam que, a pedido de uma pessoa que é importante para mim, vou abrir mão da minha decisão e continuar a publicar as minhas experiências de vida real.
Continuarei a escrever, sem nada esconder e, disponibilizo-me para ser a vossa companhia, com os ouvidos que nos faltam, para nos escutarem e fazerem-nos sentir que não é em vão, que estamos a falar.
Deixem-me agradecer à pessoa que me deu força para continuar com este Blogue.
São estas vozes que nos dão ânimo para mantermos e entendermos o dom da palavra Felicidade.
Façam como eu fiz, não deixem de dar ouvidos a quem nos quer ajudar. É fácil dizermos que estamos bem e difícil ouvirmos que não estamos. Saibam aceitar, é para nosso bem e dos que connosco convivem mas, principalmente, porque afinal, também nos consideram importantes.
Volto

Há necessidades...

A todos que me acompanham neste Blogue, vos agradeço as palavras que me deixam e o quanto se dedicam a ler-me, no que é, a minha experiência de vida, partilhada com a doença.

Não se sintam abandonados e todos que me escrevem por mail, continuem a contar comigo. Agora, por este meio, O Blogue... fico por aqui e me despeço.
Era o único Blogue que não queria terminar, mas aqui deixo, tal como fiz nos outros, o ponto final. Deixei de ter motivação para o Bloguismo.

ACREDITEM em vocês.

13/04/2010

Custa...

É certo que quem quer navegar no mundo da Internet, tem de se sujeitar a situações boas e outras menos boas.
Eu sempre usei a Net por motivos profissionais, bem como, motivos escolares e de lazer, como por exemplo, os Blogues que tenho e onde partilho o meu "Eu".
Nas situações menos boas, há os de várias espécies, aquelas que nos desligamos logo à primeira e acabou, foi um completo "engano" que nem dá para lembrar e, há outras, essas sim, que doem pois castigam-nos com a falsidade que, no meu caso, doente Bipolar, me perturbou bastante e me deixa, ainda hoje, recordando e fazendo um esforço enorme para esquecer. Refiro-me a pessoas com quem durante muito tempo conversei mas, que a partir de uma certa altura, motivado pela doença e que requer, não direi silêncio mas, um certo afastamento para atingir o equilíbrio mental, insistiam no contacto comigo de todas as formas. Fico espantado como recorrem a métodos que para mim e, mesmo considerando aqueles que só usam a Net para causar "distúrbios", conseguem descer ao mais baixo da falsidade enganando aqueles ("Eu") que apenas precisam de uma pausa para recuperar. Imaginem que há pessoas, umas que me eram muito queridas, outras que eram o princípio, julgava eu, de novas amizades, que são capazes, estando eu ausente e sem falar com elas, (a tal necessária pausa) de construirem novos mail´s, novos endereços de chat's, com a perspicácia de, com outros nomes, conseguirem, assim, contactarem-me, começando por visitarem os meus blogues que, julgando eu serem visitantes novos, respondia, como sempre faço, quando são novos, a agradecer a visita. Sempre as considerarei como pessoas de mal fazer e, que se aproveitam da enorme sensibilidade e doença, de quem sofre, neste caso eu, com as perturbações que, situações como estas, acarretam. Não minto quando digo que houve alturas em que e, pelo menos uma vez, quase tive de recorrer à urgência do hospital, sector de psiquiatria mas, consegui cair em mim e, a muito custo, equilíbrar o meu sistema nervoso. De que maneira, perguntam? Apenas com um ponto final.
Não nego que possa ter contribuido para que determinadas pessoas podessem, também, ter razões de queixa quanto a mim mas, estou seguro e de consciência tranquila que sempre fui e sou, verdadeiro no que respeita à minha postura.
Algumas vezes fui abaixo e senti necessidade de compactuar com essa dita falsidade mas, apenas teve como objectivo, o conseguir tirar qualquer dúvida quanto à minha desconfiança.
Hoje, sinto que não pequei, que tudo se confirmou e que, apesar de ter experimentado situações que até hoje me eram estranhas, apesar de algumas dessas pessoas terem tentado restabelecer a relação e, prometendo, nunca mais se repetir, eu não sou capaz de retomar porque, honestamente, nunca mais iria ser a mesma coisa e eu nunca mais sentiria nada por essas pessoas que, apenas me limito a respeitar e, longe de qualquer rancor.
Passei por situações com algumas dessas pessoas, que inventaram outros nomes, outros endereços, outras conversas e, momentos que não pensava poderem existir, que me perturbaram bastante, ao ponto de eu próprio sentir que não estava a ser "eu", embora nunca tenha alterado o que quer que fosse, de nome ou endereços mas, estava a "participar". A melhor opção foi mesmo o terminar e, colocando definitivamente um ponto final, para meu bem e para bem e respeito pelos outros e por mim. Estava a ficar ausente de mim.
Nunca imaginei que este tipo de "esquema" pudesse existir e eu me sentir cumplice da continuidade de alimentar o mesmo. Cheguei a viver experiências que não fazem parte de mim e, por isso, vir a pagar por elas, ficando com a minha consciência debilitada, "apagada".
Hoje, continuo na Net mas, com as necessárias reservas, o que não havia necessidade disso.
Fui considerado "muita coisa" e com razão, umas, outras não pois, como disse, compactuei com as situações mas, tive de pôr fim ao que andava a alterar, perigosamente, a minha saúde, o meu equilíbrio e, em risco, o voltar a fazer o que gosto... escrever e partilhar, continuando a mostrar a minha seriedade e respeito, no que faço.
Meus caros Amigos Bipolares,
Estes episódios são autênticos "medicamentos" com graves efeitos secundários para nós. Contudo, não confundam estes casos, que expressei, com o daqueles cibernautas que usam, por opção, um nome fictício mas que o mantêm, sem alterações, até ao dia, por exemplo, em que se proporciona um encontro de companheirismo entre todos (um jantar, um almoço...etc) e aí sim, se apresentam revelando o seu verdadeiro nome. É DIFERENTE.
Creio que me fiz entender e, principalmente, no quanto é prejudicial para nós, Bipolares, vivermos situações destas que nos atacam, fácilmente, a nossa postura, sensibilidade, levando-nos ao desiquilíbrio. Eu tive essa experiência e só vos peço... CUIDADO, o suficiente para se manterem estáveis, fazendo o que gostam, sem deixarem de ser quem são.
até

01/04/2010

quem sou, afinal...?

Bem,
Cá estou eu.

São muitas as vezes ou talvez, melhor dizendo, constantemente, que me confronto com as situações de quando começo uma coisa, que me dá prazer e refiro-me à escrita, começo com todo o fervor e inspiração mas, passa um dia, dois, três (uma maneira de dizer) e começo a ficar parado pensando numa outra que gostava de fazer. Ou seja, tenho muitas ideias, muitas coisas que, enquanto não começo desespero e, lá se dá por terminado o que fazia dando lugar a outra.

Claro que esta atitude não posso dizer que seja "normal" e penso, quando a isso me dedico, o porquê destes episódios frequentes. Tem de haver uma razão e há. Chama-se AUTO-ESTIMA e porquê?

Tão simples e a explicação é esta:

Tenho vários blogues (6) e cada um deles com temáticas diferentes. Contudo, tudo começa muito bem mas, chega a uma altura e envolvo-me a pensar e a perder o interesse, não do que escrevo mas, do blogue e porque já penso em outro.

O que escrevo não se trata de uma invenção, são palavras e sentimentos que saiem do meu "Eu" do meu interior, sentidas e, como nada tenho a esconder, gosto de partilhar com os que se dedicam ao mundo dos blogues. Agora, porquê estas "variações"?

Conforme disse, pela enorme falta de Auto-Estima, agora, porque razão faço este diagnóstico? Simples, porque chega a uma altura e eu próprio começo a ficar com dúvidas se o que escrevo terá algum nexo, algum "valor", suficiente, para conquistar outros bloguistas para leitura.

Visito os blogues de outros Amigos e faço comparação entre a sua escrita e a minha. Comento com a minha seriedade, a interpretação que faço e dou-lhes o maior valor, sendo que, o resultado é a minha "inferioridade". Chego a considerar ser uma "aberração" o publicar e, vou de seguida ao meu blogue e ocorre-me a vontade de eliminar o que escrevi.

Várias vezes aconteceu. Escrevia, publicava e eliminava. Colocava-me no lugar de um bloguista visitante e lia mas, lia e não gostava. Aos poucos os blogues que criei foram ficando pelo caminho e escrevia, como texto final, "o terminar do blogue".

Os meus blogues sempre tiveram comentários abertos e sempre tive amigos bloguistas que me visitavam e deixavam os seus comentários simpáticos ou melhor, sentidos, pelo que leram. Nem isso fez com que eu pusesse para trás das costas a ideia de eliminar o blogue. Estava pensado e havia que partir para outro.

Reconheço que houve, pelo menos, um blogue, que não mantive e, onde comecei a escrever uma história em tom de ficção, como que se um livro eu estivesse a escrever. Os comentários eram interessantes e até deixavam no ar, a expectativa de ler o próximo capítulo mas, acabou. Não fui capaz de continuar. Tinha outro pensamento e qual? Nem mais, o de que os amigos bloguistas apenas estavam a ser simpáticos comigo, expressando bonitos comentários à história e eu, só pensava, negativamente, e recusava pensar que o que escrevia pudesse ter algum interesse para alguém.

Meus caros, não perdi, ainda, este enorme defeito mas, tenho dedicado uma enorme luta para não lhe prestar atenção e, tenho continuado a escrever, a publicar, num novo blogue e a aprender a gostar de mim próprio e a apaixonar-me pelo que faço. Publico porque é meu, é sentido, nada me impede de publicar, partilhar e, convenco-me, que em tudo que se faça há quem nasça para tal e outros não, logo, só posso acreditar que "Eu" gosto, gosto e sinto-me bem. Dá-me prazer em ler o que escrevo e como eu, outros amigos bloguistas poderão gostar ou não. Afinal, não somos "obrigados" a gostar de tudo com que somos confrontados mas sim, com o que nos diz algo, no que mexe connosco e nos dá prazer.

Meus caros, tenho conseguido e sinto-me muito bem, ao ponto de, e penso que já o disse, de eu próprio estar apaixonado com o que estou a fazer.

Pois bem, aqui fica o grande desafio que temos para combater, a tormentosa falta de Auto Estima. Eu encontrei a maneira de o fazer e resume-se, apenas, a uma opção bem simples... ACREDITAR EM MIM e se gosto do que faço, do que escrevo, só isso conta depois, depois é o aceitar as opiniões dos Amigos bloguistas, sejam elas boas ou más. Nada tem o mesmo significado para todos. O importante é ser sentido, vivido por mim.

Como nota, digo, que é meu desejo retomar a escrita, a ficção, a história que desisti de escrever mas, conjugando o tempo para não desistir do blogue actual.

Meus caros,

Hoje dediquei-me a um mal, entre vários, que ataca muitos de nós, Bipolares. Tirem as vossas conclusões.

ACREDITAR E GOSTAR DE NÓS PRÓPRIOS, nas nossas CAPACIDADES e não dependermos de opiniões mas sim, saber aceitá-las. Seja na escrita, ao que me refiro hoje e comigo próprio mas, também, em muitas outras coisas e, acima de tudo, quando começamos algo... que seja para levar até ao fim, sem que se misture com outras ideias e muitos "quereres", ao mesmo tempo. Não resulta, não faz sentido.

É evidente que temos de ser conscientes e não por em risco a nossa postura que revela o respeito pelos outros mas, tenhamos, também, respeito por nós e, sejamos "nós".

Ahh... neste momento tenho três blogues, há já algum tempo, um deles é este. Já duram e quero manter, sem outras ideias.

Não esqueçam, fazer muitas coisas ao mesmo tempo, não resulta.

Não termos respeito por nós e dependermos dos outros para nos avaliarmos, é errado e frustrante. Há que valorizar a nossa AUTO-ESTIMA, ACREDITAR. Só a nós compete avaliar-mo-nos.

Estas situações, não são só aos Bipolares que acontecem mas, não tenham dúvidas que nós Bipolares, somos bem mais atacados devido à nossa "forçada" sensibilidade.

até

17/02/2010

Foi mas...já não é.

Estamos na fase em que o final do Ano que passou, nos revela os momentos onde a alegria, a reunião com amigos e familiares, o ambiente festivo, despertaram um "viver em alienação sem limites de pensamento" e tudo valia para um estar numa harmonia "enganadora" mas, prazerosa. O tempo esgotou esses dias e o Ano entra na rotina, como muitos outros já passaram. É agora que se começa, para todos em geral, a fazer o reconhecimento das consequências, positivas e negativas. Para uns, a felicidade em crescendo mas, para outros, os excessos fizeram danos e começam as preocupações.

Muito bem mas, perguntam vocês, o que tem isto a ver com a doença Bipolar?

Tem, tem tudo. Tudo a ver com fases que se estão a atravessar, menos boas e, resultado da dita alienação de pensamento.

Não sou excepção e tudo vem a "lume" na nossa mente que, perturbada, é um amontoado de, "puxa...porque não pensei antes de fazer"?

É certo que a época era convidativa mas, os pensamentos, as indecisões, as decisões, requeriam cuidados. Na verdade, o que agora há a fazer é o admitir que o que está feito está e nada pode voltar atrás mas, é neste momento que nós, Bipolares, temos de saber usar os nossos conhecimentos, a que estamos habituados, e lidar com as negatividades da doença, recuperando o acalmar da mente, não nos criticarmos mas sim, ver o presente como um bem ao qual chegámos sendo que, há um muito que "rever" e amenizar.

Todos sabemos que se fizeram gastos que não estavam na nossa capacidade. Todos sabemos que nos excedemos em folias que desrespeitaram a nossa concentração, que foram dias de horas exageradas, noites perdidas, bebidas que se tomaram, atitudes e postura menos próprias, faltas de humor, dias terriveis de mau-estar e, fundamentalmente, entre muitas outras situações, as negligenciadas falhas de medicamentos ou, desorganizadamente, tomados.

Meus caros, não quer dizer que tenha passado por todas estas experiências mas, não nego que vivi algumas delas e algumas outras, não mencionadas, pois se enumerar todas as que estamos sujeitos, teriamos um livro aqui publicado. Não esqueçam, todos somos diferentes e nada é igual para ninguém, nem mesmo para os que não são portadores da doença. Agora, uma coisa é certa,

estamos na altura ideal de reflectir e assumirmos o pedir ajuda. São os médicos e todos quantos connosco convivem e entendem as nossas fases menos boas. Não podemos valorizar a Rejeição e desperdiçar a disponibilidade Amiga.

Há que explicar que o pedir ajuda, não é o querer dizer "que se dane, não correu bem, alguém me vai safar". Errado. O que se pretende é assumirmos a obrigação de arranjar estratégias de solução e, aceitarmos a opinião dos que nos ofereçem confiança e nos conhecem, assim como, o não entrar, novamente, em negligência, nesta situação e nos escusarmos à visita aos nossos médicos. Digo-vos que já fui. Tive essa necessidade e não a neguei. Fiz para poder retomar um equilibrio mental que me ajude a chegar ao meu bem-estar, afinal, nunca se sabe quando haverá necessidade de rever as dosagens dos medicamentos.

Reafirmo, foram muitos dias em que andei numa fase onde a falta de humor e a arrogância para com os outros, era assustadora. Felizmente que há quem resista e me faça entender que estive, notem: estive, numa fase que quase pensei ter de recorrer a um internamento mas...fez-se luz. Tive esse alguém que, sabendo da doença, acreditou que eu era capaz de ultrapassar e convenceu-me.
Na verdade custou, custou de tal forma que voltei a ter medos e quase a isolar-me e a viver apenas com a entrega à doença. Mas, os dias não são iguais e, houve um que estava destinado a ser o meu e a dar-me a força de pensar, reflectir e atirar-me para aquilo que sou e não o que não sou.
Foi duro, mas finalmente consegui pensar que era capaz como outras vezes fui capaz. Demorou alguns dias, comecei a voltar a algumas rotinas e a "renascer" aos poucos. O bom-humor voltou a sentir-se e que o digam os Amigos e, a quase "nula" família que tenho e que se preocupa comigo. Este será sempre o meu desgosto. Embora, respeite as suas opções.
Estou aqui e a luz que vejo é brilho, verdadeira e gostosa. O passado é recordado e, o que era para resolver, já está.
Grito vitória, vitória porque, novamente, sinto a necessidade de continuar a fazer o que gosto e,
porque consegui, sem ter de recorrer a internamentos ou, a alterações de medicamentos, a minha médica não viu essa necessidade.
Acreditem, é uma sensação horrível quando recordo o martírio porque passei mas, é tão bom mostrar a quem comigo convive, a volta que consegui dar, a muito custo, para estar com a alegria que hoje vive comigo. Volto a sentir o prazer de estar, embora que sózinho, no meu cantinho, na minha casa e com o prazer, por exemplo, de aqui estar a partilhar, convosco, o que "foi" mas passou ao "agora".
O agora, é estar bem comigo, com os outros e agradecer cada dia que vivo.
até

(não esqueçam, ACREDITAR... vocês são capazes)

06/01/2010

sejam atentos...

A todos desejo um Bom Ano de 2010.
Caríssimos,
Saber reconhecer a doença é, como sempre disse, fundamental para nós, portadores, para que tudo se torne mais simples. Mas, não é só o reconhecer a doença. Há muitas outras situações que, também têm de merecer o nosso cuidado e reconhecimento, não menos importantes. Uma delas, é o termos a capacidade, suficiente, para sabermos agir, com base na verdade e não no que, por vezes, em estado de instabilidade da mente, nos tira a força do pensar e nos faz entrar numa postura de querermos a razão, apenas e só, do nosso lado sem dar-mos importância ao outro.
Fui casado duas vezes e qualquer um deles não resultou. Sou daqueles que, por muita razão que possa ter, intendo que, um casamento falhado, é culpa de ambas as partes, salvo raras excepções.
Confesso que o insucesso de um dos meus casamentos foi de minha inteira responsabilidade. Estraguei completamente e, já com um filho, aquilo que mais se preza na vida que é a alegria de ter um lar e uma família.
Eu não posso servir de exemplo para ninguém porque, posso divagar nas palavras, palavras bonitas e dar conselhos mas, também alimento, por vezes, a força de que só eu tenho razão e, acabo por realizar as coisas à minha maneira, prejudicando os outros que convivem comigo, os "AMIGOS". "Esqueço-me" do quanto sofrem comigo e com os meus problemas e, mesmo assim, tentam AJUDAR-ME a que, pelo menos, recupere a minha estabilidade do pensar mas... DESISTEM, porque nós somos mais fortes (???). E agora...?
Agora, abandonamos tudo, pela tristeza de ter perdido o melhor. É sabido que conquistarmos uma Amizade, uma relação chega a determinada altura e conseguimos o prazer tão desejado mas, se a nossa postura for a de dar razão apenas ao nosso pensar e "desprezar" o pensar/conselho/ajuda do outro, uma coisa é certa... Perdeu-se porque não quisemos OUVIR e, ficou irrecuperável.
Consequência?
O deixar de ter prazer pela vida, o isolamento, a tristeza, o perder a vontade de realizar o que é rotina diária, o desleixo, alimentar e higiénico, privilegiar o estar dias inteiros na cama sem ligar a mais nada, impaciência, mau humor, deixar um livro de parte, a Televisão, etc...
Pergunto:
É isto que queremos da vida e é isto o nosso Bem-Estar?
Seguramente que não.
Começamos, então, a pensar (tarde) e, vamos trilhar o caminho da razão e reconhecer que, não tivemos força para PARAR e PENSAR antes de AGIR e agora, o mal está feito e só nos resta ADMITIR e agarrarmos, de novo, o caminho para a FELICIDADE sendo que, nos fique gravado o que sucedeu e... não podemos, nem sequer, pensar, que vamos permitir o mesmo erro. Tem de passar a passado, por muito que custe, mas temos de ver o presente, risonho, com mais "este aprender".
Atenção que não estou a dizer que nós portadores da doença, nunca temos razão. Nada disso.
Apenas digo, por experiência própria, que não podemos desperdiçar "o" e "os" que querem o nosso Bem-Estar.
A mim... resta-me recomeçar com o que me sabe bem fazer, para já e uma delas, é esta...
Escrever e partilhar as minhas experiências "negativas", que possam contribuir para um "aclarar" do que não é Bem-Estar, com a vida e com os outros.
Temos de ter força para pensar que, ser BIPOLAR, nos pode enganar e enganar os que connosco convivem. Não é pecado sermos doentes mas, temos de prestar uma maior atenção com a nossa postura e saber dar ouvidos a quem nos conhece. Quando menos esperamos, estamos a atravessar por um momento sintomático da nossa doença e não queremos reconhecer mas, só nós sabemos quando devemos entrar em alerta e PEDIR a fundamental ajuda.
até