DESISTIR É DAR RAZÃO AO CAMINHO MAIS LONGO PARA A FELICIDADE. (sf)

26/08/2010

valorizarVSdesvalorizar

Caros companheiros,

Há situações de vida, menos boas, com as quais somos confrontados provocando, muitas vezes, sem querermos admitir, o desiquilibrio e, não tomando as devidas precauções, levam a recaídas, tão rápidas, como do dia para a noite. Nestas alturas temos de ser amigos de nós próprios e saber gerir o factor tempo.
Por muito que se desvalorize determinados síntomas com atitudes como o dizer, "estar habituado e saber dar a volta" ou, "amanhã já estou bom", não chega. O quotidiano é amigo do desiquilibrio e no nosso caso (Bipolares), podem crer que deixa marcas, "camufladas", que nos reencaminham para o processo da destabilização.
Não nego, aliás, confesso que estou a atravessar uma dessas fases e, por exemplo, a desmotivação é total. A primeira atitude, foi partilhar com os meus médicos esta alteração, que levou à necessária reformulação dos medicamentos.
Não podemos esquecer que estas fases são fruto, não de situações de hoje, mas sim, daquelas que já têm o seu tempo decorrido e, progressivamente têm vindo a molestar-nos agravando-se, mais fácilmente, com as pequenas "turbulências" de todos os dias que se vão acumulando. Mais dia menos dia, estamos na fase que não queremos, a destabilização e, aqui chegando, todos sabemos o que acarreta em prejuízo do nosso Bem-Estar. É, é isso mesmo, uma total desmotivação, interesse de vida e total isolamento. Garanto-vos, que permitindo chegarmos a este ponto, o factor tempo vai ser muito penoso para nós. Entrar em recaída, é não termos vida durante muito tempo que não é, de todo, algo que se possa calcular.
Escrever este post faz parte das estratégias que uso para não dar cor ao desinteresse pela minha pessoa, mas quanta dificuldade na capacidade de encontrar palavras e que na sua conjugação, transmitam algo com princípio meio e fim que me ajudem a expressar, o suficiente, para me fazer entender.
Tenho outros Blogues, mas esses, vão ficar "de férias" até eu conseguir voltar a atingir a inspiração que os alimenta.

Meus caros (Bipolares),
Não desvalorizem...
Dêem valor ao factor tempo, "prevenindo", "atacando de imediato evitando o desânimo".
Valorizem-se...

até
.

01/08/2010

Porquê...? não há que ter.

Meus Caros, Bipolares
Sempre tive muita dificuldade em usar as palavras SIM e NÃO. A minha humildade levar-me-á, eternamente, ao não querer ferir os outros, com as minhas respostas. É uma postura que trai a minha vontade, mas enaltece, sem o merecerem, alguns, o sentido de respeito que tenho por eles (outros) deixando, assim, comigo, dentro de mim, tudo o que deveria desabafar (o que fazem comigo sem qualquer preceito) mostrando que, tanto humano sou eu, como eles (outros).
Não é uma postura correcta que tenho para comigo, mas a fragilidade dá força ao medo e, dentro de mim, fica o que conservarei muito tempo em sofrimento, remoendo e tendo pena, de mim próprio, por ceder ao desrespeito dos outros.
Se não fossemos portadores da doença (Bipolar), nada se saberia o que iria acontecer, mas estou certo, que a coragem de nos rebatermos pela razão, seria outra. Assim, esta malvada (doença) dá-nos dois carácteres. Um, aquilo que somos quando viemos ao mundo e aprendemos com a educação que nos foi dada, boa ou má e, outro, aquilo que somos que fragiliza o nosso pensar e nos deixa sem força para contrariar os outros, na defesa que, também, somos humanos como eles e, podemos agir como tal, ou bem, ou mal, tudo depende do carácter em parceria com a doença.
Existem (nos Bipolares) modos diferentes de reagir, mas acreditem que é sempre fruto da nossa cabeça, debilitada que, por vezes não mede consequências do que nos leva a fazer. No meu caso e, por indicação dos médicos que me assistem, eu sou um "ser" que vivo em submissão, constante, perante os outros. É a situação que se tem tentado alterar, mas que persiste.
"O Sérgio não pode ser tão humilde", "O Sérgio tem de dar mais valor a si próprio", "O Sérgio não pode permitir que o desrespeitem"...etc. Não é fácil quando se fala (luta) em ter razão. O que é triste é o chegarmos a uma altura e verificarmos, pela postura dos outros e, mais tarde, que de facto quem tinha razão eramos nós. Depois...depois aumenta a revolta dentro de nós, os consequentes efeitos sintomáticos da doença que, também eles, dependem de cada um (portadores) no reagir e no grau de urgência na assistência médica, para evitar posturas drásticas. Desculpem falar de uma das consequências, que nunca alimentei, mas agora compreendo o porquê de muitos Bipolares optarem, na sua revolta e mente fragilidada, por ela, o suicídio.
Meus Caros (Bipolares),
Não deixem de lutar pela vossa razão, mas com dignidade e certeza do que assumem. Levem o tempo que levarem na reflexão, mas Não deixem que outros, aqueles que pouco se interessam pelos males dos que padecem, vos gozem, usem, desrespeitem.
Como me sinto triste por, ainda, não conseguir seguir os conselhos médicos, quanto à submissão.
Como me sinto triste de tantas vezes e é assim que quero dizer, ser usado e gozado e, como eu, tantos outros Bipolares.
Como me sinto triste de não conseguir responder com modos, usar palavras, que os outros usam comigo, quando confrontados com diferenças de opinião.
Mais uma vez, repito; Não é fácil lidar-se com quem padece da doença Bipolar. Trás, também, consequências que podem ser graves para quem convive connosco. Contudo, uma coisa posso afirmar, quando controlado, ajudado, compreendido, quem convive connosco, sente o nosso coração do tamanho do mundo e se não sente...é porque, afinal, é forte demais a situação em que estamos (nós Bipolares), mas defendendo o diálogo, respeitam-nos e tentam chegar a uma solução, que pode ser a desejada, ou não. Depois, depois há os que, simplesmente, não nos respeitam e tomam as suas opções, só a seu modo. Para esses, deixámos de ser o que éramos ou, o que eles queriam que fossemos e, considerando-nos, apenas, "impossíveis", nada como seguirem o seu caminho sem olhar a mais (consequências, sem diálogo).
Meus caros (Bipolares)
Respeitem todos quantos convosco convivem, permitindo, sempre, o diálogo saudável.
Não permitam que vos faltem ao respeito, demonstrem a capacidade, sã, de serem superiores em educação.
Acima de tudo, desabafem, não encham a vossa mente com situações que têm de ser apagadas.
Escrevam ou, conversem com quem vos conhece e merece a maior das confianças. Que vos ajuda a dar luz, na maneira de pensar.
(volto)